O Tratado de Tordesilhas, nome designado por ter sido assinado na povoação castelhana de Tordesilhas, foi assinado em 7 de Junho de 1494 pela Castela (parte da atual Espanha) e por Portugal, ele estabelecia limites dos territórios descobertos chamados “Novo Mundo” entre os dois países (as duas potências marítimas da época) durante a expansão marítima, através das navegações.
O início da exploração marítima portuguesa e a intensificação da busca por ouro, marfim e escravos durante o século XV, aliados à ascensão dos espanhóis no processo de expansão marítimo-comercial, motivou a assinatura do documento.
O acordo dividia o “novo mundo” em duas partes, as terras a leste pertenciam a Portugal e as terras ao oeste da linha pertenciam à Espanha. A linha imaginária passava por Laguna. A assinatura foi intermediado pelo Papa Alexandre VI, a Bula Inter Coetera.
Antes mesmo da descoberta de novas terras, ou do chamado “Novo Mundo”, Portugal e a Espanha acirraram uma disputa em 1492, com os conhecimentos do navegante genovês Cristóvão Colombo, do descobrimento da América, a serviço da coroa espanhola, a Espanha imaginava ter alcançado as Índias e queria garantir seu monopólio de sua exploração.
Já os portugueses desejavam manter e assegurar seu monopólio sobre as rotas marítimas no sul do Atlântico e também a posse das terras que já suspeitavam existir a oeste do oceano atlântico.
Tordesilhas foi a primeira tentativa de delimitação de território em que a forma esférica da Terra fez grande diferença.
Os portugueses sustentavam que suas terras íam além do Rio da Prata, o que incluía o atual Uruguay. A Espanha insistia que suas terras envolviam boa parte da atual Região Sul do Brasil. Existiam diferenças entre as técnicas náuticas adotadas entre portugueses e espanhóis, além disso, acredita-se também que existiram erros propositais, com fins políticos, em certos mapas divulgados na época.
O rei D. João V, em busca de melhor embasamento para negociações com a Espanha, enviou ao Brasil, em 1729, dois matemáticos jesuítas, Diogo Soares e Domingos Capace, com a missão de levantar dados mais precisos sobre os limites dos territórios da América Lusitana. Capace faleceu em 1736, mas Diogo Soares continuou o levantamento até 1748. Obviamente, os resultados obtidos eram segredo de estado.
As polêmicas sobre a linha da demarcação de Tordesilhas, entre portugueses e espanhóis, durou até 1750, com o Tratado de Madrid.
Laguna ganhou um monumento alusivo ao Tratado de Tordesilhas, em 7 de junho de 1975 foi inaugurado o monumento, projetado pelo arquiteto e historiador suíço, radicado no Brasil, Wolfgang Ludwig Rau.
O monumento do Tratado de Tordesilhas localiza-se próximo à estação rodoviária, em frente ao Centro Administrativo Tordesilhas, prédio onde está instalado o governo municipal.