Mais de 280 baleias-francas são vistas na região
Em dois dias, foram avistadas 284 baleias-francas entre os municípios de Florianópolis e Passo de Torres, no Sul catarinense, no sábado (8) e no domingo (9), por meio do 2º sobrevoo de Monitoramento de Cetáceos feito pela SCPar Porto de Imbituba.
Entre os animais, estavam cinco filhotes semi-albinos, conforme análise inicial dos dados, e as baleias “Zimba” (mãe) e “Imbituba” (filhote) na praia do Porto, que já estão catalogadas pelo Projeto Baleia-Franca (PBF).
A maior concentração de baleias foi avistada entre Garopaba, Imbituba e Laguna. O trabalho de monitoramento aéreo abrangeu a Área de Proteção Ambiental (APA) entre a capital e Balneário Rincão, e se estendeu até Passo de Torres.
Os meses de julho a novembro são o período em que a espécie usa o litoral de Santa Catarina para acasalar, procriar e amamentar as crias, fazendo com que o estado se torne a principal área de concentração reprodutiva de baleias-francas na costa brasileira. Esses animais têm um filhote a cada três anos.
Para o Instituto Australis, possivelmente a disponibilidade de alimento aumentou e as baleias voltaram a se reproduzir e se deslocaram ao litoral catarinense em grande quantidade, o que não tinha ocorrido nos últimos anos.
Conforme a SCPar Porto de Imbituba, esse foi o maior registro de baleias desde que o programa começou a ser feito pelo Porto de Imbituba, há 10 anos. No primeiro monitoramento aéreo de 2018, realizado na primeira quinzena de julho, foi constatada a presença de 36.
No sobrevoo realizado no mesmo período de 2017 foram avistadas 49 baleias. Segundo o Instituto Australis/Projeto Baleia Franca (PBF), o recorde nesse período havia sido observado em 2006: 194 baleias.
O último sobrevoo da temporada está previsto para novembro. Os animais avistados são catalogados por meio de fotografia das calosidades que elas têm em cima da cabeça, que são únicas para cada animal, como uma digital.
Anualmente, cerca de 100 baleias-francas são registradas, em média, em Santa Catarina.
Revisão dos dados
Nesta segunda-feira (10), a equipe técnica do sobrevoo está revisando os dados coletados. O tempo de esforço de avistagem foi de 11 horas em dois dias seguidos e pode haver alguma duplicidade na contagem dos indivíduos.
Outras espécies
Outros grupos de cetáceos também foram encontrados, como os golfinhos-nariz-de-garrafa ou boto da tainha (Tursiops truncatus), espécie que realiza a pesca cooperativa junto aos pescadores no município de Laguna. E, pela primeira vez foram avistadas toninhas, espécies em grave risco de extinção e raras na região.
Fonte: G1 SC