Feminismo negro em debate nesta quinta-feira

Uma mesa-redonda sobre Feminismo Negro será promovida no dia 18, às 19h, na Udesc.

 

O tema, segundo uma das organizadoras Juliana Regazzoli, será Produção de Conhecimento e Interseccionalidades. Dar visibilidade para as pautas e reivindicações do feminismo integra os objetivos do encontro.

 

Evento gratuito, aberto a todos, com realização do Observatório de Pesquisas e Estudos de Mulheres Negras, grupo que vem realizando encontros para contextualizar a situação da mulher negra na região e no país.

 

Interseccionalidade é um conceito sociológico que estuda as interações nas vidas das minorias, entre diversas estruturas de poder.

 

Segundo dados divulgados pelo IBGE em abril, entre 2016 e 2017 no Brasil, o número de autodeclarados pardos aumentou 1%, para 96,9 milhões, enquanto o total dos que se declaram brancos teve queda de 0,6%, para 90,379 milhões.

 

Participantes da mesa redonda:

 

Aleida Cardoso – Feminismo Negro Interseccional

Juliana Regazoli – Decolonialidade e Feminismo Negro

Juliana Cândido – Mulheres Negras no Mercado de Trabalho

Pethyne Alves – Transfeminismo Negro

Sofia Dozól – Racismo estrutural

Josimara Rufino Estácio Guedes: Mediação/ Coordenação

 

Feminismo negro no Brasil

 

Foi na década de 1980 que o feminismo negro começa a ganhar força. Com o II Encontro Feminista Latino-americano, ocorrido em Bertioga, no litoral paulista em 1985, surge a organização de mulheres negras em busca de visibilidade no meio feminista.

 

Em seguida despontam os primeiros Coletivos de Mulheres Negras e Encontros Estaduais e Nacionais. Desde então, nomes como os de Sueli Carneiro, Lélia Gonzales, Núbia Moreira, Luiza Bairros, Djamila Ribeiro, entre outras, abrem caminho para a representação negra feminina no Brasil.

 

De acordo com dados do Ministério da Educação, em 1997 o percentual de jovens negros entre 18 e 24 anos, que cursavam ou haviam concluído o ensino superior era de 1,8%. No ano de 2013, após a instauração das políticas de cotas raciais pelo Governo Federal, estes percentuais já haviam saltado para 8,8%.

 

Mulheres não negras ganham, em média, 59,5% do que ganham homens brancos, enquanto as mulheres negras ganham 65% dos homens do mesmo grupo racial e apenas 30% do rendimento médio de homens não negros. Segundo dados da Secretária Nacional de Promoção à Iguadade Racial.

 

Texto e edição: jornalista Taís Sutero