Museu histórico vai passar por mudanças
Conhecer a história através de um museu sempre foi um dos atrativos de Laguna. Com a inauguração do museu Casa de Anita, o enredo da heroína recebeu mais importância. Agora, será a vez do Museu Histórico.
De acordo com a coordenadora dos museus, Francielen Meurer, o prédio está fechado. Enquanto isso, os funcionários estão realizando o mapeamento de danos, arrolamento do acervo e estudos para os novos mobiliários. Ela explica que o arrolamento é a parte inicial do inventário. “Em geral, vamos fazer a numeração, descrição breve da peça e a localização no espaço do museu”, descreve.
A intenção é tornar o museu mais atualizado, moderno e valorizar a exposição dos objetos.
Na parte térrea, irá continuar com o acervo e história dos primeiros habitantes de Laguna, o povo sambaquieiro. A intenção e buscar objetos para contar sobre a comunidade negra em Laguna.
Também está sendo avaliado a história do porto e da ferrovia para enriquecer o acervo.
Na parte superior, o local onde foi assinada a República de Laguna em 1839 será mantido.
Os ambientes domésticos serão repaginados como sala, quarto e outros. Não esquecendo da maior valorização da arte sacra, de personagens históricos como o músico Pedro Raimundo e o maçom Jerônimo Coelho.
A museóloga e presidente da Fundação Lagunense de Cultura, Mirela Honorato, ressalta que o mobiliário não oferece condições de segurança ao acervo. “Pretendemos, principalmente, finalizar o projeto de adequação do mobiliário”, disse.
A expectativa é finalizar o trabalho em setembro de 2020.
Museu Histórico Anita Garibaldi
A construção do Paço do Conselho foi iniciada em 1735, foi terminada no final do século XVIII, seu alicerce e paredes foram erguidos com areia, pedras e cal, oriundo dos sambaquis, onde as conchas foram trituradas e misturadas com o barro. O prédio é um dos monumentos mais antigos do sul do Brasil.
Conhecido como Edifício de Câmara e Cadeia, abrigava no piso superior a Câmara de Vereadores e no térreo, o corpo da Guarda Municipal. Foi na Câmara que se proclamou a República Catharinense Livre e Independente (1839). Com o surgimento, no Rio Grande do Sul, do movimento dos farrapos contra a monarquia, ocorre em 1836, a Proclamação da República Rio Grandense, e a necessidade de um porto marítimo contribuí para a tomada da Vila de Laguna, em Santa Catarina.
No dia 22 de julho de 1839, as forças farroupilhas, com a ajuda de Giuseppe Garibaldi (1807 – 1882), político e militar revolucionário italiano, tomaram a Vila e proclamaram a República Juliana. O fato ocorreu no prédio da Câmara, hoje museu Anita Garibaldi, na frente do espaço tem uma estátua de bronze em homenagem a heroína. Com o passar dos anos ele foi abandonado, algum período ocupado por departamentos municipais, inclusive a biblioteca. Em 1949, o prédio voltou a ser utilizado, definitivamente como Museu Anita Garibaldi.
O espaço guarda um acervo eclético, destacando-se peças de alto valor arqueólogo encontradas nos sambaquis da região, também de grupos indígenas que viveram na região. Outros objetos relacionadas à formação sócio-cultural lagunense, como peças de porcelanas, utensílios domésticos e móveis podem ser visitados. Também objetos pertencentes ao Jerônimo Francisco Coelho, considerado pai da imprensa de Santa Catarina. O acervo discográfico e a gaita de Pedro Raymundo, músico popular das décadas de 50 e 60, estão no local.
Onde fica
Na Praça República Juliana, no centro histórico, na rua Raulino Horn.