Sabia que Laguna possui a última área de mangues ao Sul do Brasil?

Laguna reserva inúmeros atributos naturais, além de um importante patrimônio cultural e histórico. Um deles, no entanto, ainda é pouco conhecido. É aqui em Laguna onde está localizado o último trecho de mangues do Brasil, ou seja, também o último do Atlântico Sul.

 

Em alusão ao Dia Mundial dos Manguezais, celebrado hoje, dia 26, fomos conhecer pessoalmente esse trecho, na região da Madre. Um lugar de grande importância ecológica para todo o ecossistema lagunar. 

 

Além dos mangues, Laguna também possui os marismas, aquela vegetação (parecida com um grama verde no meio da lagoa) encontrada em várias partes da Lagoa Santo Antônio dos Anjos. Ambas, mangues e marismas, são áreas de proteção permanente.

 

“Mangues e marismas são similares, por ocorrerem em áreas sob influência de maré e tem funções similares. São importantes para a diversidade pesqueira, por funcionarem como berçários”, destaca o Coordenador do Laboratório de Ecologia Aplicada e Conservação e Diretor de Pesquisa da Udesc, Jorge Luiz Rodrigues Filho.

 

Laguna é uma área de transição climática, por isso tantas tempestades e encontro de águas. “São poucos lugares em que temos os dois tipos de vegetação ocorrendo juntos, por isso Laguna possui uma pesca produtiva importante”, afirma Jorge.

 

Eles oferecem importantes serviços ecossistêmicos, por serem berçários de várias espécies de peixes e crustáceos, além disso controlam a erosão do solo, evitam o avanço do mar, seguram enchentes, regulam o clima, protegem o sistema costeiro, entre muitos outros benefícios.

 

Flama e parceiros avaliam implementar projeto de conservação e restauração de manguezais

 

A Fundação Lagunense do Meio Ambiente (Flama) recebeu, em abril, representantes do Instituto Çarakura, de Palhoça, do Grupo Holândes Climate Neutral Group e da Silvestrum Climate Associates (Europa e EUA) para avaliarem a possibilidade de implementar projetos de conservação e restauração ambiental dos manguezais e marismas da cidade, com apoio financeiro da emissão de créditos de carbono.

 

A expectativa é que a destinação dessas áreas a um projeto de restauração ambiental possa trazer benefícios à preservação da Lagoa Santo Antônio dos Anjos, às atividades de pesca na região e também o retorno financeiro através da emissão de créditos de carbono.

 

 

Saiba mais sobre mangues e marismas:

 

De acordo com Atlas de Manguezais do Brasil o termo mangue é empregado para designar um grupo floristicamente diverso de árvores tropicais que, compartilham características fisioló-gicas similares. As adaptações especiais de que são dotadas permitem que tais espécies cresçam em ambientes abrigados, banhados por águas salobras ou salgadas, com reduzida disponibilidade de oxigênio e substrato inconsolidado. O termo manguezal ou mangal é usado para descrever comunidades florestais ou o ecossistema manguezal, espaço onde interagem populações de plantas, de animais e de micro-organismos ocupando a área do manguezal e seu ambiente físico (abiótico).

 

O manguezal possui representantes da fauna dos ambientes terrestre, marinho e estuarino que, junto com as espécies da flora, compõem a biodiversidade do ecossistema

 

Saiba mais:

 

Manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina. 

 

Marismas tropicais hipersalinos: Áreas situadas em regiões com frequências de inundações intermediárias entre marés de sizígias e de quadratura, com solos cuja salinidade varia entre 100 (cem) e 150 (cento e cinquenta) partes por 1.000 (mil), onde pode ocorrer a presença de vegetação herbácea específica.

 

Texto: Gisele Elis (MTB 6822)