Conheça os sambas-enredo das escolas de Laguna
A espera acabou. Na noite desta sexta-feira, 17, a rua Gustavo Richard vai virar novamente a passarela do samba e receber as cinco escolas de Laguna.
Com início previsto para às 21h, os lagunenses e visitantes poderão matar a saudade da cultura carnavalesca local após 10 anos sem desfile oficial.
“Mesmo que sem disputa, poder reviver esse momento no Centro Histórico será mágico”, destaca a presidente da Fundação Lagunense de Cultura, Vanere da Rocha.
No local, estão sendo montados estrutura de banheiros, iluminação, segurança e palco. A ordem para o desfile será a seguinte: Os Democratas, Vila Isabel, Brinca Quem Pode, Mocidade Independente e Xavante.
Conheça os sambas-enredo
Os Democratas
De Camões a Rodrigues uma viagem fantástica
Vou misturar dois mundos
Contar dois sonhos
E encantar com a história que eu criei (Bis)
De um ser iluminado
Que atravessou o mar pra virar rei
Na imensidão do mar
Sob a proteção dos deuses
Enfrentado a fúria de Baco
Vasco da Gama e seu amigo português
Buscavam dois caminhos
Dois homens, dois corações de rei
De lá prá cá o mar se agitou
Deus Baco infestou o mar de criaturas
Mas Vênus com seu brilho incandescente (Bis)
Com auxílio do Olimpo trouxe a cura
Lindas ninfas de companhia
Transformam os dois com toque de magia
Toque de ninfa no mar
E quem podia esperar
Vasco da Gama escreveu sua história
Sua coragem o levou
A terra que ele sonhou
E alcançou de vez a sua glória
Toque de ninfa outra vez
E o nosso português
João Rodrigues tem o dom da arte
E no Brasil atracou, e foi aqui que ficou
E espalhou seu dom por toda parte
Então se vestiu
De estrela e se foi
Brilhando no céu belezas constrói
E hoje João é rei por tudo que fez no nosso carnaval
E o Democratas em homenagem ajoelha e da passagem
Ao eterno Rei Momo português
Vila Isabel
Kaang: a origem dos povos khoisan – um conto de África
Raízes, foram deixadas pelo criador e com teias magníficas
Atraente é o seu fulgor;
A vegetação afaga os mais nobres animais
Que protegem a caravana, um dos mais lindos rituais
E as maravilhas do mundo real inspira a vida, hoje é carnaval
Não acendam fogueiras, não, não, não
O mal junto virá, vem de lá
No mundo que criei
O que vir é lei (Bis)
Temos que respeitar
Oh, mãe África, tem mais um conto na história
De sofrimentos e glórias o oceano é a salvação
No éter, vislumbro a alma como guia
As tribos crescem e prosperam
Como um raiar de um novo dia.
Bate o tambor
Com maestria
Os mais velhos ensinam os jovens
Com muita sabedoria (Bis)
Sou Vila, sou samba
A nossa tribo é um arraiá de bambas
Brinca Quem Pode
André, o rei dos Reis
Sentimos saudade da sua presença
Velho guerreiro André Reis
A festa é sua pode chegar o rei dos Reis na avenida vai passar
O homem que o carnaval abraçou
Desde pequeno o pai Paulinho ensinou
A ser honrado, destemido e valente, bom de coração feito menino inocente
O samba fez morada na família Baeta.
Um grande sambista, o Dé se tornou e seu amor pela brinca imortalizou
Uma grande família formou
A semente plantou colheu paz e amor
Hoje choro de alegria por ter te conhecido um dia
Pai, amigo, irmão querido olhai por nós
Sua paixão Vasco da Gama
A cruz de malta em seu peito em seu coração
Tem pessoas que não morrem jamais o tempo passa e o amor prevalece
Nessa noite de magia brinca quem pode é emoção
Abram alas que chegou a furacão
Mocidade Independente
80 anos de Glória: a apoteose de uma artista que o samba fez rainha na terra do Carnaval
Hoje a Mocidade canta
Para exaltar nossa madrinha
Salve a rainha do samba
Salve a malandragem “Glorinha”
Nasci no berço do samba, família de bamba
Desde cedo encantei a quem me ouvia
Da Glória do morro, sou Maria da Glória
Laguna estou na sua história.
Do esplendor do cinema
Ao charme das dispustas dos salões
Um grito de liberdade
E o povo feliz
Na passarela da matriz.
Na charanga do Braz, iniciei meu reinado
Família formei com o meu amado
Boemia cantei
Nas passarelas da vida brilhei
O samba me levou
A lugares que jamais imaginei
O meu canto ecoou, é resistência
É fogo, é amor… fidelidade
O samba foi a razão da minha existência
Fui a voz da Mocidade
Na caminha da vida, lutei, eu venci
Com fé no meu padroeiro
Rever o meu amor, meus companheiros
No caminho da luz seguir
Fico no teu coração
Saudades vou deixar
No céu nossa estrela a brilhar
Com a colinha na mão
No regional a cantar
E o meu anel de bamba
Deixo a Mocidade usar
Xavante
Canaimé: o espírito maligno da floresta
É carnaval de novo, sacode meu povo
Com meu amor vou desfilar
O temido justiceiro, tá na planta o meu segredo
Xavante vai contar
O antigo pajé
Sua maldição é vagar por aí
Na terra de Makunaimã
Fez sua morada
Ritos de magia e pajelança é evocado
Cavernas gritos soltos pelo ar
Guerreiros a despertar
Salvando nossa morada
Homem bicho transformou
Expulsou o invasor
Roraima terra sagrada
Foi no toque do tambor, que o pajé abençoou
A bateria dá um show nesta avenida
Meu samba é forte, anuncio ao mundo inteiro
Xavante meu amor verdadeiro
Na serra do sol
Sussurro ventos do amanhã
São temores da vida
Guerras vencidas
Canaimé, força sobrenatural
Mitos, folclores e lenda
Nesse Carnaval