Movimenta Laguna: no cardápio, peixe fresco para a Semana Santa
Frito, ensopado, assado na brasa e até na comida oriental. O peixe vira prato preferido nessa época do ano por conta da Semana Santa, período em que cristãos passam a consumir mais a carne branca.
Fresquinho, ele pode ser encontrado diretamente com os pescadores no cais, no Centro Histórico, por exemplo, ou ainda em peixarias espalhadas pela cidade.
“Já é uma tradição nossa ir cedinho nas docas e comprar camarão e peixe direto da fonte”, brinca Salete Oliveira, 62 anos. Moradora do Centro, ela faz o trajeto próximo do final de semana para ter os frutos do mar como prato principal em casa.
Já na região do Farol de Santa Marta, a rotina dos pescadores artesanais começa cedo. Caso dos parceiros de pesca Pedro Henrique e Elton Peixoto, 55 e 60 anos, respectivamente (foto).
“Saímos todo dia pro mar e dependemos dele para trazer o alimento pra casa. Hoje capturamos 20 quilos de peixe-porco ou peroá (Balistes capriscus), chamado assim por conta do som que emitem ao serem retirados da água.
Ali mesmo, nos ranchos onde ficam guardadas as embarcações e os petrechos de pesca, eles realizam a rotina diária de preparação dos barcos e limpeza dos materiais para buscar o tão esperado pescado. “É aqui que nos preparamos para ir ao mar. Cada época do ano tem uma rede específica”, diz Jorge Luiz, 42 anos, enquanto remenda sua rede para a pesca da abrotéa.
E a procura pelo peixe não deve ser algo apenas para o feriado de Páscoa, já que as propriedades nutricionais dos pescados fazem deles uma ótima alternativa de proteína para uma alimentação saudável durante o ano inteiro.
Os peixes são considerados importantes fontes de ferro, proteína, vitamina B12, cálcio, fósforo, iodo e cobalto. Além disso, é fonte de ômega 3 e 6, consideradas gorduras que fazem bem ao organismo, atuando nos processos inflamatórios, coagulação do sangue e tem efeito favorável na redução dos triglicerídeos, além de ajudar a prevenir doenças cardiovasculares e
neurológicas. É recomendado o consumo de peixe pelo menos duas vezes na semana.
Atenção total na hora de comprar
Peixe Fresco
– A pele deve estar brilhante, úmida e inteira, sem manchas, furos e cortes;
– As guelras devem ter uma cor viva, avermelhada e não devem apresentar nenhum muco;
– As escamas precisam estar firmes, resistentes e brilhantes;
– Os olhos devem estar salientes e brilhando. Caso estejam fundos, cinza ou esbranquiçados é mau sinal;
– Ao apertar a barriga do peixe, seu dedo pode até fazer uma marca, mas ela deve sumir em pouco tempo;
– O peixe também deve apresentar cheiro característico de peixe: cheiro fresco e agradável. Não pode apresentar odores estranhos (de maresia ou amônia, por exemplo).
– Os peixes frescos devem estar cobertos de gelo ou em mostradores resfriados, em torno de 1ºC a 2ºC.
Peixe congelado
– Deve ter a cor característica da espécie e ter uma camada de gelo fina e homogênea ao redor dele;
– As extremidades não podem estar secas ou amareladas, pois estes são indicadores de desidratação;
– O local onde o peixe está exposto para venda deve ter um termômetro que indique a temperatura onde deve manter-se constante a, pelo menos, 18 graus negativos.
Tradição
Na Sexta-feira Santa, também conhecida como Sexta-feira da Paixão, Cristo foi condenado, carregou a cruz e foi crucificado. É dia de sacrifícios para os cristãos, em sinal de consternação pela morte de Jesus, e não se deve comer carne vermelha.
A abstenção de carne nesse dia acontece em respeito ao derramamento do sangue de Jesus Cristo durante o seu sacrifício. Também na época, a carne era artigo de luxo, rara à mesa das pessoas mais pobres.
O peixe – símbolo profundo na tradição cristã -, por outro lado, era abundante e barato, por isso comum nas refeições dos mais humildes.