Movimenta Laguna: Farol de Santa Marta celebra 132 anos no domingo
Imponente marco arquitetônico e um dos pontos mais visitados da região, o Farol de Santa Marta celebra seus 132 nesse domingo, 11.
A estrutura foi construída pelos franceses Barbier Bernard e Turenne, em 1891, quando numa pequena comunidade pesqueira surgia um dos principais cartões postais de Laguna e um dos maiores destinos turísticos de Santa Catarina.
Com 142 degraus em suas escadas em formato de espiral e 29 metros de altura sobre um morro próximo ao oceano, o Farol de Santa Marta pode ser visto a 40 quilômetros a olho nu, sendo considerado um dos maiores das Américas em alcance de foco de luz. A obra centenária atrai olhares e marca a história de nossa cidade.
Construído com barro, areia, pedras e óleo de baleia, é ele quem auxilia a navegação de embarcações até os dias atuais, que, por meio de equipamentos, podem vê-lo a até 85 quilômetros de distância.
Além disso, também fornece informações meteorológicas e emite sinal de rádio para navios, também utilizado para a aviação. Para quem está em alto mar durante a noite, a luz se acende três vezes no intervalo de 30 segundos e o feixe de luz conecta o pescador à terra.
Como chegar
O Farol está a 20 quilômetros do Centro de Laguna, ao sul, passando pelo canal da Lagoa Santo Antônio, pela balsa e utilizar a SC-100. Também pode-se visitar o local via Jaguaruna, sem a necessidade de utilizar a balsa.
Administrado pela Marinha do Brasil, o acesso é permitido somente até sua base, fora dos muros que contornam a estrutura. E dali a vista privilegiada das praias Grande, do Cardoso, da Cigana, Prainha, da Teresa, da Galheta e do Gravatá já valem o passeio.
Visitas agendadas
A entrada no farol é limitada e depende do aval do militar que estiver no comando. A operação contínua requer condução precisa e cuidadosa e dos equipamentos, e é feita por uma guarnição restrita de apenas três oficiais da Marinha, que ainda realizam a transmissão de dados meteorológicos a cada três horas. Eles também fazem a manutenção permanente do maquinário e a conservação das instalações, algo que impossibilita a atenção constante que o recebimento de turistas exige.
Para visitas ao farol, são permitidos apenas grupos de instituições públicas como, por exemplo, a rede de ensino estadual e municipal e até de estados vizinhos. Pedidos de agenda devem obrigatoriamente ser feitos pelo site, mas a realização da visitação e o número de pessoas depende do andamento da rotina interna de trabalho da guarnição, que inclui o faroleiro, responsável pela manutenção e funcionamento técnico do equipamento do farol, de um profissional que cuida das máquinas (gerador, motor, eletricidade) e outro que trata da parte de comunicações. Outras informações podem ser obtidas com a Delegacia da Capitania dos Portos, pelo telefone (48) 3644-0196.
Fabricado na França e transportado para o Brasil por navio, o farol é dividido em duas câmaras: de luz e de serviço. A primeira, onde está a lente, é formada por cerca de 300 cristais com até 2,66 metros de diâmetro e três metros de altura. A segunda era onde, até a invenção da luz elétrica, o faroleiro dormia. A operação era totalmente manual e a cada quatro anos o faroleiro precisava acionar o equipamento, que funcionava como um relógio de corda.
Ao soltar o pêndulo, que descia em velocidade lenta, entrava em funcionamento um carretel preso a uma engrenagem que fazia o farol girar. O equipamento ainda existe, mas não está acoplado à máquina de rotação, pois a operação é feita por meio de um motor elétrico. Em caso de emergência ou manutenção do motor, porém, o sistema original está apto para voltar a funcionar.
Na cúpula da edificação fica a redoma do aparelho lenticular responsável pela emissão de luz, formada por uma Lente de Fresnel, invenção do físico francês Augustin-Jean Fresnel (1788-1827). O aparelho é o maior do mundo e um dos três únicos fabricados. Além de Laguna, um segundo está no Havaí, nos Estados Unidos, e o terceiro no Canadá. O sistema também emite sinal de rádio para os navios e é utilizado ainda para orientar as aeronaves que sobrevoam a região.
O farol catarinense foi construído com barro, pedras e areia, além de óleo de baleia, pois à época ainda não existia o cimento. Seu feixe vermelho de luz indica, por exemplo, a Laje da Jagua, onde o navio de Giuseppe Garibaldi afundou durante a Revolução Farroupilha, em 1839. Tem o segundo maior alcance luminoso do mundo, com cerca de 85 km de distância, e jamais deixou de funcionar.
Características:
– Inaugurado em 1891
– Alcance geográfico (visível durante o dia com tempo limpo): 22 milhas náuticas ou 40,7 quilômetros;
– Alcance luminoso (à noite com tempo limpo): 46 milhas náuticas ou 85,1 quilômetros;
– Altura da torre: 29 metros – Altitude: 74 metros;
– Câmera de luz: formada por cerca de 300 cristais com 2,66 metros de diâmetro e 3 metros de altura. Lâmpada de 1000 watts.
– Característica: grupo de ocultação de três lampejos. No período de 30 segundos, fica 15 aceso; 5,5 apagado; 0,3 acesso; 3,4 apagado; 0,3 acesso e 5,5 apagado.
Colaboração: Alesc, Portal Turismo Laguna e jornalista Taís Sutero.
Fotos: Elvis Palma