Lagunense recebe prêmio de melhor dissertação com estudo sobre Covid
O acadêmico Leonardo Antônio Fernandes, natural de Laguna, onde vive boa parte de sua família, foi mestrando do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Lages, e recebeu o prêmio de melhor dissertação de mestrado, concedido pelo Programa Multicêntrico em Bioquímica e Biologia Molecular (PMBqBM).
O programa é oferecido em Instituições de Ensino Superior (IES) de todo o País, incluindo a Udesc Lages. O trabalho de Leonardo foi orientado pelo professor Gustavo Felippe da Silva e concorreu com dissertações de pelo menos 15 instituições. A premiação ocorreu durante a 52ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, em Águas de Lindóia-SP, em junho .
A pesquisa intitulada “Desenvolvimento de peptídeos ligantes à proteína Spike de SARS-CoV-2 baseados em uma defensiva vegetal” foi defendida em fevereiro. O estudo teve como propósito o desenvolvimento de uma proteína capaz de se ligar, especificamente, à proteína Spike do vírus da Covid-19.
“Nosso primeiro propósito era desenvolver um teste rápido para diagnóstico a partir desta molécula, mas ela acabou se mostrando muito eficiente em identificar anticorpos neutralizantes contra o vírus, em pessoas vacinadas e que tiveram infecção natural”, diz Leonardo.
A descoberta, agora, poderá ser utilizada pela indústria farmacêutica para o desenvolvimento de testes para detecção de anticorpos e, também, em outras pesquisas científicas. “Desenvolvemos o cerne do teste, mas ele poderá ser explorado com diferentes técnicas de laboratório”, explica o pesquisador.
As proteínas desenvolvidas acabaram servindo de base para uma outra pesquisa na Udesc Lages: a da doutoranda em Bioquímica e Biologia m Molecular, Bruna Andersen. O estudo resultou em artigo científico e o trabalho foi capa de uma edição da revista Viruses, em 2022.
Estudo surgiu no início da pandemia
A pesquisa de Leonardo faz parte de um projeto, iniciado em 2020, para criar um novo kit de detecção do coronavírus, no Laboratório de Bioquímica da Udesc Lages, onde os pesquisadores do Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular formularam um teste rápido para diagnóstico, mais simples e mais barato que os oferecidos na época.
Eles produziram um peptídeo, ou seja, uma molécula que reconhece o vírus e se liga a ele. Depois, acrescentaram estruturas químicas que servem como sinalizador e identificam o vírus. A vantagem do novo teste é que o material coletado dos pacientes não precisa passar por várias análises. O projeto é coordenado pelos professores Maria de Lourdes e Gustavo Felippe da Silva
Fonte: Assessoria de Comunicação da Udesc Lages