Laguna é campeã do Regional Sul de Goalball
Com o apoio da Prefeitura de Laguna, a Associação dos Deficientes Visuais (Adevlasc), foi tricampeã na categoria feminina do campeonato Regional Sul de Goalball, repetindo o feito do ano passado.
O título de 2023 ano veio com uma vitória elástica, 12 a 2 sobre a equipe do Instituto Roberto Miranda (IRM).
As finais e disputas de terceiro lugar ocorreram neste domingo, 04, no Sesc Protásio Alves, em Porto Alegre (RS). Entre as mulheres, a Adevlasc manteve seu domínio com uma campanha invicta, terminando com cinco vitórias. A ala argentina do time lagunense, Mariela Almada, 42 anos, ainda foi a artilheira com 48 gols anotados na competição.
“É uma experiência muito feliz para mim estar aqui. A organização dos torneios brasileiros é muito boa. Gostaria que toda argentina tivesse a oportunidade, uma vez, de estar aqui. Viver esta emoção é muito bom para nós”, disse a atleta.
A Prefeitura de Laguna, através da Secretaria de Educação e Esporte apoia as equipes lagunenses com o transporte, além de ceder o ginásio de esportes de Cabeçuda para os treinamentos.
Masculino
Já a equipe masculina ficou com o terceiro lugar ao bater a Associação Farroupilhense de Deficientes Visuais (Afadev), de Farroupilha (RS), por 10 a 0.
O IRM (Instituto Roberto Miranda), do Paraná foi o campeão da categoria vencendo a Acergs (Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul) por 9 a 2.
Este foi o terceiro dos cinco regionais da modalidade previstos para este ano: os outros serão em São José dos Campos (SP), de 25 a 30 de junho, e Brasília (DF), de 4 a 8 de julho. Todos são classificatórios para o Campeonato Brasileiro – Série B – apenas o campeão de cada categoria obtém vaga, desde que já não esteja classificado para uma das duas divisões nacionais. No caso do Regional Sul, as vagas ficaram com IRM, no feminino, e Acergs, no masculino. A equipe lagunense já tem vaga garantida na Série A.
Goalball
Desenvolvido especificamente para deficientes visuais, o Goalball é o único esporte paralímpico não adaptado. Foi criado em 1946, pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, que tinham como objetivo reabilitar e socializar os veteranos da Segunda Guerra Mundial que ficaram cegos.
Durante os Jogos de Toronto (1976), a modalidade foi apresentada como um esporte de alto rendimento. Um salto de grande importância, que rendeu a oportunidade de entrar de vez na grade de programação paralímpica nos Jogos de Arnhem (1980) com a categoria masculina. A disputa feminina entrou quatro anos depois na edição de Nova York (1984). Dois anos antes, em 1982, a modalidade passou a ser gerenciada pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA – sigla em inglês).
Em 1985, o professor Steven Dubner, do CADEVI, entidade de atendimento às pessoas cegas de São Paulo, apresentou a modalidade no Brasil. Entusiasmado, o professor Mário Sérgio Fontes levou para a Adevipar-PR. No mesmo ano realizaram o primeiro jogo entre duas associações. Dois anos depois, em Curitiba, no Paraná, aconteceu o primeiro campeonato brasileiro, sob a supervisão do professor Mário Sérgio, presidente da antiga ABDC (Associação Brasileira de Desportos para Cegos). Desde 2011, a modalidade é administrada pela CBDV.
Força Paralímpica
O Brasil é uma das grandes forças da modalidade. No entanto, a primeira participação brasileira em Jogos Paralímpicos aconteceu em Atenas (2004), com a equipe feminina. A partir daquele momento o esporte não parou de crescer no país, e as seleções foram ficando cada vez mais fortes. Nos Jogos Paralímpicos de Pequim (2008), as seleções masculina e feminina representaram o Brasil. Mas o país começou a se tornar uma das grandes potencias no ciclo 2009/2012. Durante os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara (2011) foram duas medalhas conquistadas – ouro no masculino e prata no feminino. Um ano depois, o time masculino conquistou a inédita medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Londres (2012).
Em 2014, na cidade de Espoo, Finlândia, a seleção masculina conquistou o título inédito do Campeonato Mundial ao vencer os donos da casa por 9 a 1. Quatro anos depois, o bi viria em Malmö, na Suécia, com a vitória por 8 a 3 sobre a Alemanha. Nesta edição, as mulheres também fariam história com sua primeira medalha em Mundiais: o bronze. Nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto (2015) e Lima (2019), o Brasil foi campeão nas duas categorias, em duelos contra os Estados Unidos. Por fim, os rapazes conseguiram o ouro inédito na Paralimpíada de Tóquio 2020. Com as seguidas conquistas o país atingiu a liderança do Ranking Mundial no masculino. Atualmente, a seleção feminina é a sexta melhor do mundo.