Movimento a favor de Anita lagunense

Apesar de repudiar o movimento formado em Lages, na Serra Catarinense, para requerer na Justiça o reconhecimento de ser a terra onde nasceu a heroína Anita Garibaldi, a cidade que a adotou por história e por direito não cogita qualquer mobilização no sentido de garantir essa condição, atestada em dezembro de 1998, através de uma ação de registro de nascimento tardio.

Laguna, no Sul do Estado, é conhecida internacionalmente como o lugar onde Anita Garibaldi entrou para a história, após participar, juntamente com os farroupilhas, da tomada da cidade, em 22 de julho de 1839, quando tinha apenas 17 anos de idade.

Ao saber da movimentação de historiadores, pesquisadores, Igreja Católica, universidades, prefeitura, Ministério Público Federal e Juizado da Vara da Fazenda na tentativa de provar que Anita nasceu em Lages, o prefeito de Laguna, Célio Antônio (PT), ficou indignado. Para ele, o mundo inteiro reconhece a sua cidade como o berço da heroína, e isso, acredita, é inquestionável.

– Laguna fez tudo, inclusive em juízo, para provar que ela nasceu aqui. Por que não questionaram isso antes, quando a sociedade lagunense se mobilizava neste sentido? É um absurdo essa idéia de que Anita é lageana. Lages está querendo encontrar uma história que não existe.

O prefeito e a presidente da Fundação Lagunense de Cultura, Maria Célia Bernardo da Silva, descartam qualquer tipo de providência contra a movimentação em Lages.

– Não existe nada a temer, nem mesmo o que fazer. O que poderia ser feito, a história fez por nós. Podem ficar à vontade para procurar provas de que a Anita nasceu em Lages, pois nunca vão encontrar. Todo movimento se move para algum lugar, inclusive para um arquivo, e é isso que vai acontecer em Lages – dispara o prefeito.

Célio Antônio destaca que Laguna faz questão de homenagear a heroína de todas as formas, e lembra das romarias e das visitas de estudantes aos museus da cidade, numa média de 6 mil por semestre.

– Mesmo que o movimento de Lages tenha alguma conseqüência, em nada vai alterar a história. Não é de espantar se daqui a pouco quiserem provar que a República Juliana não ocorreu em Laguna. Aqui é a terra de Anita Garibaldi, e jamais vai deixar de ser.

Fonte: Diário Catarinense – jornalista Pablo Gomes