Iphan assina termo de compra do Cine Mussi na próxima sexta-feira, dia 27

Nesta sexta-feira, dia 27 de março, às 11h, acontece a solenidade de assinatura do termo de compra do Cine Mussi pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Estarão presentes, além dos proprietários do imóvel, o superintendente regional de Santa Catarina, Ulisses Munarim, e o presidente do instituto, Luiz Fernando de Almeida, que virá de Brasília especialmente para o evento.

O Cine Mussi foi inaugurado em dezembro de 1950, e fechou suas portas em 1992. Tem capacidade para mil lugares, distribuídos em dois andares, possuindo uma distância entre a cabine de projeção e a tela de cerca de 70 metros. Além de exibição cinematográfica, recebeu várias companhias de teatro e música, e também orquestras locais e internacionais, numa época em que Laguna vivia o seu período de prosperidade econômica.

Com ações previstas para este ano e para 2010, a intenção do Iphan é dar ao prédio um uso compatível com a sua função histórica, já que foi a sua vocação para centro de cultura que ampliou a sua relevância de simples cinema.  Por esta razão a idéia do órgão federal é que ele possa ser reaberto à população como um pólo difusor de cultura, disponibilizando à comunidade não só o seu espaço para apresentações culturais, mas também suas instalações para aprendizado no campo das manifestações artísticas.

Além de toda a comunidade lagunense, várias personalidades foram convidadas pelo Iphan para esta solenidade, inclusive os antigos funcionários do cinema, entre eles os operadores de projeção, os gerentes, os bilheteiros e alguns dos assíduos frequentadores do Cine Mussi nos seus áureos tempos.
 
Patrimônio Histórico

O Cine Mussi está inserido na poligonal de tombamento do Centro Histórico de Laguna. Desde o ano de 1985 são protegidos, por força deste tombamento, cerca de 600 imóveis, entre residências, comércio, escolas, museus, praça e igreja.

Neste mesmo ano o Iphan destacou para a cidade uma representação técnica para atendimento das demandas locais, não só na área de arquitetura, dando orientação técnica aos proprietários de imóveis, mas também na área de arqueologia, já que a região possui grande incidência de sítios, principalmente os do tipo sambaqui.

Fechado ao público no ano de 1992, o Cine Mussi tem sido, desde então, uma preocupação para os técnicos do Iphan, no que tange à sua integridade física.

Sofrendo a natural degradação, comum aos imóveis fechados ou sem um uso adequado, o Cine Mussi, mesmo não sendo ainda propriedade do instituto, recebeu recursos para obras de restauração e manutenção, de modo que pudesse ao menos ter garantida, prioritariamente, a sua estrutura construtiva.

Assim, em janeiro de 2006 foram feitas várias obras, contratadas pelo Iphan, entre elas as de drenagem do porão e escoamento de águas pluviais; revisão, restauração e conservação da cobertura, com substituição das telhas de fibrocimento por telhas de cerâmica, tipo francesa e, ainda, restauração e conservação dos assoalhos, barrotes e estrutura da cobertura.