Sesc exibe mostra gratuita “Cinco Vezes Lúcia Murat”, no Clube União Operária

O Sesc inicia a partir de segunda-feira, dia 12, às 19h30min, a exibição da mostra “Cinco Vezes Lúcia Murat”, com apresentações gratuitas no Clube União Operária, numa parceria com o Cine Mais Cultura/ Iphan – Laguna.

Na programação do CineSesc estão os filmes “Que Bom Te Ver Viva” (1989), “Doces Poderes” (1997), “Brava Gente
Brasileira” (2000), “Quase Dois Irmãos” (2004) e “Maré, Nossa História de Amor” (2007).

O primeiro filme da cineasta e jornalista Lúcia Murat, o semi-documentário “Que bom te ver viva” estreou internacionalmente no Festival de Toronto e revelou uma cineasta dedicada a explorar temas políticos. Nele, depoimentos de mulheres torturadas durante a ditadura militar se intercalam com cenas ficcionais.

O longa foi escolhido como melhor filme pelos júris oficial e popular, e pela crítica no Festival de Brasília de 1989. Presa em 1971, Lúcia foi torturada e encarcerada por três anos e meio durante a ditadura militar.

A preocupação política reaparece em “Doces Poderes”, desta vez sob o ponto de vista do marketing das campanhas eleitorais. O filme estreou em 1997 no Festival de Sundance e, no mesmo ano, também foi exibido no Festival de Berlim.

Em 2000, lançou “Brava gente brasileira”, que fala sobre a relação entre colonizadores e índios no interior do Brasil.

Em 2003 filmou “Quase dois irmãos” – um drama político sobre o conflito entre a classe média e a favela em três diferentes épocas e situações – que lhe rendeu, no Festival do Rio 2004, os prêmios de melhor direção e melhor filme latino americano pela Fipresci, e melhor filme no Festival de Mar Del Plata 2005.

No Festival do Rio de 2007, a cineasta estreou o documentário “Maré, nossa história de amor”, uma co-produção Brasil-França.

Em 2008, Maré foi selecionado para a mostra Panorama do Festival de Berlim. Analídia é filha de um dos chefes do tráfico, Jonathan é irmão do chefe da facção rival. Separados pelo apartheid das drogas, eles encontram um grupo de dança da comunidade, um refúgio para o sonho.

Serviço

Mostra Sesc Cinco Vezes Lúcia Murat
Local: Clube União Operária – Rua: Santo Antonio, 26 – Centro.
De segunda a sábado – 12 a 17 de abril de 2010.
Horário: 19h30min
Entrada Franca

Mostra SESC Cinco Vezes

Segunda 12/04 – Maré, nossa história de amor,
(105 minutos, 2007).
Analídia é filha de um dos chefes do tráfico, Jonathan é irmão do chefe da facção rival. Separados pelo apartheid das drogas, eles encontram um grupo de dança da comunidade, um refúgio para o sonho. O filme é um musical livremente inspirado em Romeu e Julieta.

Terça 13/04: Brava gente brasileira.
(103 minutos, 2000)
Pantanal, 1778. Um grupo de soldados acompanha Diogo (Diogo Infante), cartógrafo recém-chegado, enviado pela coroa portuguesa para fazer um levantamento topográfico da região.

O grupo se encaminha para o Forte Coimbra, que vive em guerra com os índios cavaleiros, com os quais os portugueses tentam selar um acordo de paz. No caminho do forte, um batedor descobre um grupo de mulheres índias tomando banho perto do rio.

Elas são estupradas pelos soldados e também por Diogo, forçado por Pedro (Floriano Peixoto), chefe do grupo, a participar do ato. Chegando ao forte, Diogo é obrigado a se defrontar com esse novo mundo, a crescente ferocidade de Pedro, a fantasia de Antônia (Buza Ferraz) em encontrar minas de prata e a estranha cultura dos índios cavaleiros.

Quinta 15/04:Quase dois irmãos.
(102 minutos, 2004).
Nos anos 70, quando o país vivia sob a ditadura militar, presos políticos foram levados para a penitenciária da Ilha Grande, onde se encontravam assaltantes de bancos.

Quase Dois Irmãos mostra o conflito entre eles e o nascimento do Comando Vermelho, que mais tarde passou a dominar o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. A história é contada através de Miguel (Caco Ciocler), ex-preso político na Ilha Grande, hoje deputado federal, e Jorge (Flávio Bauraqui), filho de um sambista (Luis Melodia) que se transformou num dos líderes do Comando Vermelho.

Hoje, começa um novo ciclo: a filha de Miguel (Maria Flor), fascinada pelas favelas e pela transgressão, se envolve com um jovem traficante.

Sexta 16/04: Que bom te ter viva
(100 minutos, 1989).
O filme mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima (Irene Ravache) alinhavado pelos depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura.

Mais do que escrever e enumerar sevícias, o filme mostra o preço que essas mulheres pagaram, e ainda pagam, por terem sobrevivido lúcidas à experiência de tortura.

Sábado 17/04: Doces poderes.
(94 minutos, 1997) .

Uma jornalista (Marisa Orth) chega a Brasília para assumir, durante o período eleitoral, a chefia da sucursal da principal rede de TV do país. O antigo diretor (Sérgio Mambert) está indo chefiar a campanha de um jovem candidato a governador, apoiado por políticos conservadores.

Muitos dos jornalistas se afastam para fazer campanha política, ganhando salários milionários. Na redação, o novo chefe de reportagem (Tuca Andrada) está preocupado apenas com sua carreira na televisão. A jornalista reencontra um deputado de esquerda (Antônio Fagundes), amor de adolescente, casado, formando um triângulo amoroso. Todos os personagens vão se deparar com situações ambíguas e eticamente discutíveis. A reação a essas manipulações, entremeadas por reencontros e desencontros afetivos, é a história de “Doces Poderes”.

Parceria: Cine Mais Cultura/ Iphan – Laguna.