Secretaria da Saúde confirma surto de botulismo em Santa Catarina

O secretário estadual da Saúde, Dalmo de Oliveira, confirmou, na tarde desta quarta-feira (6), a ocorrência de um surto de botulismo em Santa Catarina, na primeira quinzena de março, envolvendo sete pessoas. São os primeiros registros desse tipo de intoxicação alimentar, considerada rara, no Estado. Todos receberam atendimento médico, sendo que uma das pacientes acabou falecendo. Os outros casos passam bem.

Com a confirmação da presença da bactéria Clostridium botulinum na mortadela ingerida pelas pessoas que passaram mal, todo o lote do produto será destruído pela Vigilância Sanitária. Trata-se da mortadela com cubos de toucinho da marca Pena Branca, com data de fabricação de 17 de fevereiro de 2011 e vencimento em 18 de abril de 2011, produzido pela empresa Penasul Alimentos Ltda, localizada no município de Roca Sales, no Rio Grande do Sul.

No dia 7 de março, a Secretaria Municipal de Saúde de Araquari realizou a notificação de quatro casos suspeitos para a Vigilância Epidemiológica estadual.

Desses, três compartilharam uma refeição com a mortadela suspeita de contaminação quatro dias antes. Seis horas depois da ingestão do produto, apresentaram sintomas gastrointestinais e neurológicos. A quarta pessoa, sem vínculo com a refeição dos demais, comprou a mortadela no mesmo supermercado e teve sintomas semelhantes.

O produto consumido pelas quatro pessoas é da mesma marca e lote, reforçando o vínculo epidemiológico dos casos com o consumo do alimento. Na sequência, foram notificados mais dois casos suspeitos em Araquari e um em Guaramirim relacionados à ingestão de mortadela.

Portanto, dos sete casos inicialmente suspeitos, seis foram confirmados pelo critério laboratorial do produto e vínculo epidemiológico, sendo que um dos casos foi descartado devido ao resultado laboratorial negativo do alimento consumido, apesar da mesma marca, mas de lotes diferentes.

A partir da primeira suspeita, as autoridades sanitárias catarinenses tomaram diversas providências, como a investigação e a interdição cautelar no comércio do alimento suspeito de causar a contaminação e a investigação do possível surto. Depois dessas ações, não foi registrado nenhum outro caso suspeito de botulismo.

Os exames laboratoriais em amostras da mortadela foram feitos primeiramente pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Em seguida, a unidade solicitou novas análises ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, confirmando a presença da bactéria Clostridium botulinum.

Para as pessoas que possuem a mortade da marca Pena Branca, com data de fabricação de 17 de fevereiro de 2011 e vencimento em 18 de abril de 2011 em estoque em suas casas ou estabelecimentos comerciais, a SES recomenda que não a consumam e avisem a Vigilância Sanitária do seu município para recolhimento do produto.

O que é botulismo?

Doença causada pela toxina botulínica produzida pela bactéria Clostridium botulinum presente em alguns alimentos contaminados, produzidos ou conservados de maneira inadequada.

Os alimentos mais comumente envolvidos são: conservas de vegetais, principalmente caseiras (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados; pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramente, os alimentos industrializados.

A instalação da bactéria no organismo humano é súbita e progressiva, e o período de incubação varia de duas horas a dez dias. Por isso, há uma determinação do Ministério da Saúde de 2001 de que todo caso suspeito deva ser notificado obrigatoriamente.

Quais são os sintomas?

Boca seca, visão dupla, incapacidade de focar objetos, náuseas, vômito, dores no estômago, diarréia, paralisia motora, podendo propagar para músculos do tronco e membros; tetraplegia, dificuldade para respirar, falar e engolir, entre outros.

Onde o botulismo ocorre?

O botulismo ocorre mundialmente como casos individuais e como surtos familiares e genéricos.

Como evitar?

Todo alimento deve ser acondicionado de acordo com as orientações presentes no rótulo. Também precisa ser manipulado e consumido dentro de condições higiênico-sanitárias adequadas. Se esses cuidados não forem tomados, há risco para a saúde humana.

Fonte: Secom/Governo do Estado