Prevenir o abuso sexual. Todos devem ficar atentos.

Uma criança contou para a professora que um parente havia feito ela assistir um filme erótico, a partir disso, começaram os abusos. A educadora tomou as medidas cabíveis para o caso. “Infelizmente, muitos acham que isso só acontece em outras cidades ou na novela e esquecem de olhar ao redor. O abusador pode estar ao lado”, descreve a psicóloga Michella Flores, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), ela trabalha no atendimento as vítimas, encaminhadas pela Justiça e Conselho Tutelar.

 

No mês de maio em todo o Brasil é lembrado o combate ao abuso sexual e violência contra crianças e adolescentes.

 

Carícias inadequadas, chamadas telefônicas obscenas, mensagens de texto, imagens ou interação digital sexualizada, expor-se a uma criança ou adolescente a uma relação ou estimulação sexual ou qualquer outra conduta sexual são considerados abusos.

 

O abuso sexual infantil é um ato ou relação sexual que busca estimular ou entrar em contato com a sexualidade da criança ou adolescente, para estímulo, prazer ou satisfação sexual de adultos.

 

As crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual ou violência passam por situações de medo e vergonha. Medo do agressor e pânico de dizer o que aconteceu. O fato envolve relações de poder, autoridade e até manipulação por parte de adultos. Muitas vezes, por isso, este tipo de violência permaneça oculto e em segredo, de forma que a própria criança é impedida ou não consegue expor e denunciar o fato.

 

 

Os pais, professores, família e outros devem ficar atentos

 

“Prevenir os abusos sexuais na infância é tarefa de todos e informação é um importante passo. Portanto, por mais que seja incômodo e difícil, é preciso falar sobre isso”, disse Michella.

É fundamental entender que geralmente as vítimas apresentam um conjunto de indicadores, onde a criança deve passar por avaliação especializada caso apresente alguns desses sinais.

Em quase todos os casos a vítima tenta se manifestar da sua própria maneira. Faça com que eles se sintam ouvidos e acolhidos, sem questionamentos. Qualquer pessoa que suspeitar de algo pode denunciar pelo Disque 100 ou pelo Conselho Tutelar (a denúncia pode ser anônima ).

 

 

1. Mudanças de comportamento

O primeiro sinal é uma possível mudança no padrão de comportamento da criança, como alterações de humor entre retraimento e extroversão, agressividade repentina, vergonha excessiva, medo ou pânico. Essa alteração costuma ocorrer de maneira imediata e inesperada. Em algumas situações a mudança de comportamento é em relação a uma pessoa ou a uma atividade em específico.

 

2. Proximidades excessivas

A violência costuma ser praticada por pessoas da família ou próximas da família na maioria dos casos. O abusador, muitas vezes, manipula emocionalmente a criança, que não percebe estar sendo vítima e, com isso, costuma ganhar a confiança fazendo com que ela se cale.

 

3. Comportamentos infantis repentinos

É importante observar as características de relacionamento social da criança. Caso volte a ter comportamentos infantis, os quais já abandonou anteriormente, é um indicativo de que algo esteja errado. A criança e o adolescente sempre avisam, mas na maioria das vezes não de forma verbal.

 

4. Silêncio predominante

Para manter a vítima em silêncio, o abusador costuma fazer ameaças de violência física e psicológica, além de chantagens. É normal também que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de material para construir uma boa relação com a vítima. É essencial explicar à criança que nenhum adulto ou criança mais velha deve manter segredos com ela que não possam ser compartilhados com pessoas de confiança, como o pai e a mãe, por exemplo.

 

5. Mudanças de hábito súbitas

Uma criança vítima de violência, abuso ou exploração também apresenta alterações de hábito repentinas. O sono, falta de concentração, aparência descuidada, entre outros, são indicativos de que algo está errado.

 

6. Comportamentos sexuais

Crianças que apresentam um interesse por questões sexuais ou que façam brincadeiras de cunho sexual e usam palavras ou desenhos que se referem às partes íntimas podem estar indicando uma situação de abuso.

 

7. Traumatismos físicos

Os vestígios mais óbvios de violência sexual em menores de idade são questões físicas como marcas de agressão, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Essas são as principais manifestações que podem ser usadas como provas à Justiça.

 

8. Enfermidades psicossomáticas

Unidas aos traumatismos físicos, enfermidades psicossomáticas também podem ser sinais de abuso. São problemas de saúde, sem aparente causa clínica, como dor de cabeça, erupções na pele, vômitos e dificuldades digestivas, que na realidade têm fundo psicológico e emocional.

 

9. Negligência

Muitas vezes, o abuso sexual vem acompanhado de outros tipos de maus tratos que a vítima sofre em casa, como a negligência. Uma criança que passa horas sem supervisão ou que não tem o apoio emocional da família estará em situação de maior vulnerabilidade.

 

10. Frequência escolar

Observar queda injustificada na frequência escolar ou baixo rendimento causado por dificuldade de concentração e aprendizagem. Outro ponto a estar atento é a pouca participação em atividades escolares e a tendência de isolamento social.

 

Onde denunciar abuso sexual e violência contra crianças e adolescentes ?

Disque denúncia : 100

Polícia Civil: 181

Polícia Militar: 190

Plantão Conselho Tutelar: (48) 99660-1945 – (48) 3644-4083

 

 

O que é Creas ?

Laguna tem um Serviço com profissionais do Sistema Unico de Assistênica Social (Suas), que acompanham e atendem famílias e pessoas em situação de violência ou tiveram seus direitos violados.
O local se chama Creas
Centro de Referência Especializado de Assistência Social
Fica localizado na rua Barão do Rio Branco, nº 25 – Centro histórico.
Telefone: (48) 3644-2049

 

Edição e texto: jornalista Taís Sutero SC-1796