Primeira etapa da obra de restauração da antiga estação ferroviária teve início
A primeira etapa da obra de restauração do antigo complexo ferroviário de Laguna, no bairro Campo de Fora, está em andamento. A obra está sendo executada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) através do Programa PAC das Cidades Históricas, no valor de R$ 263.736,56 está prevista para finalizar em agosto de 2018. Uma medida emergencial e de precaução.
Frequentado por cupins e vândalos, o local estava abandonado. Todo o telhado e aberturas serão restaurados, os espaços abertos deverão ser bloqueados.
A ideia é manter o prédio em pé e com a estrutura firme e segura para dar uma nova finalidade, quando for totalmente concluído o restauro.
O espaço foi entregue ao Iphan pela prefeitura em 2015.
Toda a cobertura deverá ser revisada com objetivo de resolver problemas de infiltração, escoamento de água, deterioração de estrutura e de telhas, contaminação de insetos e sobrecargas nas paredes.
Um pouco da história do lugar
O complexo ferroviário, composto pela estação e pelo armazém de cargas, está inserido no entorno do Centro Histórico de Laguna, com registro no livro de tombo arqueológico, etnográfico e paisagístico de 1985.
A edificação da estação, construída em meados de 1950, tem área aproximada de 500m², e consiste em um volume formado por três partes edificações arquitetônicas.
Já a edificação do armazém apresenta um volume único ao lado do edifício da estação, outrora separado deste pelos trilhos, hoje inexistentes. No entorno destas edificações, há pequenos anexos construídos ao longo dos anos, como guaritas, plataformas para a troca de óleo de caminhões e uma torre de caixa d’água junto ao armazém, os quais estão inseridos em um terreno com área total de 22.740,80m².
O imóvel integra o patrimônio da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), e por estar na condição de bem não operacional, foi por muitos anos cedido à prefeitura de Laguna. Em razão da importância histórica e arquitetônica deste conjunto edificado, sobretudo, no contexto do patrimônio ferroviário brasileiro, bem como, por sua proximidade com o Centro Histórico da cidade, tombado em âmbito nacional, foi incluído na lista de imóveis que integram o patrimônio da execução pelo Iphan.
Pelo grande potencial que detém como equipamento urbano e arquitetônico, foi contemplado com um projeto de restauração, incluindo tanto a recuperação das edificações como de sua área externa.
Quatro estações
Segundo dados, Laguna teve quatro estações, uma seguida da outra. A primeira foi construída no lugar denominado Campo de Fora. Longe do centro, do comércio, a estação foi finalmente trazida para a cidade em 1908.
Esta segunda estação, mal cuidada, foi destruída.
A ferrovia a trocou por um vagão estacionado na plataforma vazia. Este foi incendiado não muito tempo depois.
A ferrovia, então, resolveu construir uma quarta estação não muito longe do local da primeira, no tal Campo de Fora, fora da cidade, ainda. O trem de passageiros da linha principal ia e voltava pelo ramal para Laguna, sem que houvesse necessidade de baldeação na estação de saída.
O ramal não mais existe há anos, mas até 1970 os trens de passageiros ainda passavam pela estação. A erradicação oficial do ramal se deu em 28/02/1973, como consequência da enchente, que praticamente inutilizou a linha, já pouco usada.
Obras do PAC
– Requalificação Urbanística do Centro Histórico – 1ª Etapa – R. Raulino Horn e Largo do Rosário (concluída);
– Restauração da Casa de Anita Garibaldi (obra em andamento);
– Restauração da Casa Candemil – Arquivo Público Municipal (obra foi iniciada dia 19 de fevereiro de 2018);
– Restauração da Antiga subestação de energia – atual Casa das Artes (concluída);
– Restauração da Antiga Estação Ferroviária – obra emergencial em andamento.
Aguardam recursos
– Restauração do Casarão da Sociedade Recreativa Clube Congresso;
– Restauração do Casarão do Clube Blondin;
– Etapa final da restauração do Casarão do Clube União Operária e anexo;
– Restauração do Sobrado da Sociedade Musical Carlos Gomes
Texto: jornalista Taís Sutero SC 1796