Discurso na íntegra da presidenta Dilma Rousseff
Boa tarde a todos vocês. Eu vou começar cumprimentando, aqui, esse povo bonito, esse povo caloroso e amigo aqui de Laguna. E cumprimentar a todos os nossos brasileiros que nasceram aqui em Santa Catarina, os nossos catarinenses.
Vou saudar e agradecer as palavras do nosso querido governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo.
Queria cumprimentar também os ministros que estão aqui comigo: ministro Paulo Sérgio Passos, dos Transportes, e a ministra Ideli Salvatti, ministra catarinense das Relações Institucionais.
Cumprimentar também o vice-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira.
Cumprimentar o prefeito de Laguna, Célio Antônio,
Os senadores Luiz Henrique e Casildo Maldaner,
Os deputados federais Carmen Zanotto, Décio Lima, Edinho Bez, a minha querida Luci Choinacki, e o Ronaldo Benedet.
Agradecer e cumprimentar o general Fraxe, diretor-geral do DNIT.
Cumprimentar a todos os prefeitos e as prefeitas aqui presentes.
Cumprimentar também o senhor Luiz Nascimento, da Camargo Corrêa, em nome de quem cumprimento todos os funcionários integrantes do consórcio responsável por esta obra.
Cumprimentar os senhores jornalistas e as senhoras jornalistas aqui presentes, os fotógrafos e os cinegrafistas.
Meus queridos amigos e amigas,
Hoje, para mim, é um dia também muito especial. Eu estou aqui em Santa Catarina, que é um estado que há mais de 40 anos eu conheço, porque nós éramos vizinhos, eu morava aqui perto, no Rio Grande do Sul, e há um hábito gaúcho, que é vir passar as férias em Santa Catarina. E muitas vezes eu fiz esse trajeto, muitas vezes eu passei de carro por aqui. E eu tive a honra de poder decidir sobre essa ponte, a construção dessa ponte. Não só porque eu conheço esse fluxo, mas também porque o general Fraxe teve o cuidado de fazer uma gravação a respeito do congestionamento que ocorria aqui na região, e que deu para eu perceber como estava grave aqui o fluxo de veículos, que se estreitava justamente na ponte.
E, por isso, hoje eu estou muito feliz de estar aqui dizendo e vendo e presenciando essa ordem de serviço para iniciar as obras da construção da nova ponte Anita Garibaldi. Eu assumo com todos os catarinenses, as lideranças catarinenses aqui presentes, os senadores, os deputados federais e o governador esse compromisso de dar a essa ponte o nome de uma heroína brasileira. De fato, uma heroína de dois mundos, não é, do Brasil e da Itália, da Europa e da América Latina. Mas uma heroína que honra muito nós, mulheres brasileiras, catarinenses, e que nos dá muita alegria, porque era uma mulher corajosa, era uma mulher determinada, era uma mulher de fibra. Nada mais do que justo que essa nova ponte sobre a Lagoa do Imaruí tenha o nome de Anita Garibaldi.
Eu queria também dizer a vocês que, para nós, é muito importante essas obras de infraestrutura aqui no estado. O estado de Santa Catarina é um daqueles estados especiais no Brasil. Por que são estados especiais? Todos os estados brasileiros têm os mesmos direitos, mas o desenvolvimento histórico de alguns estados tornou-os lideranças em algumas áreas, tanto da produção industrial, quanto da produção agrícola, quanto da prestação de serviços.
E eu queria dizer que Santa Catarina é muito importante para o Brasil. É muito importante porque, aqui, como o desenvolvimento começou primeiro, como as pessoas tiveram acesso à educação antes do restante de algumas regiões do país, aqui, tanto o governo federal, mas também o povo de Santa Catarina têm um compromisso, que é o compromisso de continuar crescendo, criando emprego, distribuindo renda e melhorando, cada dia mais, a vida da população.
Por isso, quando nós colocamos aqui, neste investimento da ponte, mais de [R$] 500 milhões, nós estamos dando só um passo, porque é fundamental que aqui se continue esse processo. Para dar perfeita, o encerramento das obras, todas as iniciativas que vão levar ao encerramento das obras da BR-101, é fundamental também que a gente faça o túnel do Morro dos Cavalos. E isso também é uma decisão do governo: construir o túnel do Morro dos Cavalos, sem o que não se terá uma BR-101 nesta região fluindo como deve.
Além disso, nós sabemos que a construção do túnel do Morro dos Cavalos é uma obra complexa. Por isso, ao mesmo tempo em que fazemos a obra do túnel do Morro dos Cavalos, vamos construir uma estrada, uma variante, para garantir que não haja as consequências de congestionamento nessa estrada tão importante para o Sul do Brasil.
Queria também dizer que nós assumimos o compromisso, aqui, da duplicação da [BR]-470 e da [BR]-280. Eu sei, e até o Governador levantava isso para mim. Eu sei que a [BR]-470 é como se fosse uma espécie de coluna vertebral de local de transmissão, tanto no que se refere à circulação de pessoas, como de bens, como de serviços, como de infraestrutura para os portos. Enfim, ela é crucial para o desenvolvimento desta região e, portanto, do Brasil.
Queria também dizer para vocês que nós vivemos um momento muito especial hoje no Brasil. Vocês devem ter lido jornais, vocês veem que há uma crise bastante intensa nos Estados Unidos e na Europa. Na Europa, a situação, nos últimos… nas últimas semanas tem se deteriorado bastante, e as pessoas ficam pensando assim: e como é que fica o Brasil? Bom, como é que fica o Brasil? O Brasil fica muito bem. O Brasil fica muito bem porque nós não temos, nós não temos os graves problemas que têm os Estados Unidos e a Europa. E por que é que nós não temos esses graves problemas? Porque ao longo da nossa história nós, brasileiros, desde o processo de abertura democrática deste país, há mais de 28 anos, nós viemos construindo a nossa estabilidade.
Nos últimos anos, a partir do governo do presidente Lula, nós tivemos o cuidado de criar um conjunto de armas contra crises externas. Se vocês se lembram bem, no passado o mundo espirrava lá fora e nós pegávamos uma pneumonia. Hoje nós não pegamos pneumonia. Vocês lembram que, na crise de 2008/2009, nós fomos atingidos pelas suas consequências, mas ela, aqui no Brasil, durou muito pouco.
Agora, eu queria dizer para vocês, que nós estamos ainda mais fortes do que estávamos em 2008/2009. Agora, para ter uma ideia, nós temos US$ 370 bilhões de reservas. Naquela época, ou seja, 2008/2009, nós tínhamos [US$] 205 bilhões. E isso é uma garantia, porque você ter US$ 370 bilhões é uma proteção contra o que quer que aconteça no sistema financeiro internacional. Nós temos condições de garantir que as nossas indústrias continuem exportando, continuem importando, continuem, enfim, funcionando.
Ao mesmo tempo, a gente está vendo que há um problema sério nos sistemas bancários dos países europeus. Por exemplo, recentemente o jornal noticiou corridas para os depositantes dos dinheiros nos bancos sacarem o seu dinheiro para se proteger contra o que pode acontecer naquelas economias, com medo dos bancos falirem ou com medo dos governos não terem dinheiro para pagar seus créditos.
Nós, no Brasil, não precisamos encostar em um tostão do orçamento brasileiro para expandir o crédito. Nós temos depositado, no Banco Central, em torno de R$ 400 bilhões a título de depósito que os bancos são obrigados a colocar no Banco Central como garantia do sistema financeiro público e privado. Portanto, nós temos [R$]400 bilhões para enfrentar qualquer emergência de crédito.
Além disso, hoje, aqui, nós damos mais uma demonstração de que o Brasil é diferente da Europa. A Europa está enfrentando a crise, ao invés de buscar o crescimento, está enfrentando a crise produzindo uma das maiores recessões que se tem notícia, a ponto de alguns países terem taxas de desemprego que nós sequer concebemos, o que é uma parte da população jovem, a metade da população jovem de um país não ter emprego. É uma coisa que é um absurdo, é uma desesperança só. É, de fato, um país não ter esperança no futuro porque o jovem é aquilo que é mais importante num país – o jovem e a criança – porque ele é o futuro do país em questão, e o nosso futuro está preservado. Nós, hoje, temos um compromisso com o crescimento, a geração de emprego e a distribuição de renda.
Daí porque essa obra em que o governo federal coloca R$ 500 milhões, e as outras obras, como as duas duplicações – a da [Br]-470 e a [BR]-280, e o túnel do Morro dos Cavalos – ela representa um investimento forte em infraestrutura, mas, ao mesmo tempo, ela representa aumento da contratação de mão de obra, portanto, aumento de emprego, ela representa demanda de cimento, demanda de aço, de todos os componentes necessários para se construir uma estrada. E mostra que o Brasil, ao invés de estar parado, esperando uma crise, está ativo, buscando, através de investimentos para beneficiar o seu povo, mudar as condições de combate e de resistência ao que vier de fora.
Por isso, eu posso garantir a vocês: nós… Me perguntaram, outro dia, se a gente estava preparado para enfrentar o que puder acontecer na Europa. Eu posso assegurar a vocês: nós estamos 100% preparados, 200% preparados, 300% preparados. E essa obra aqui faz parte dessa resistência contra a crise. Nós vamos resistir à crise criando emprego, investindo em infraestrutura, investindo também nas atividades sociais necessárias para que o nosso país seja um país que, ao mesmo tempo em que cresce, distribua a sua riqueza.
Um grande abraço a vocês todos. Eu, de fato, estou muito feliz de estar aqui. E acredito que todos vocês, comigo, têm um compromisso. O nosso compromisso é um só: o nosso compromisso é com este país, com a força que este país tem, com o fato de que nós temos futuro e nós temos esperança.