Operação Lacre Ambiental: prédio no Mar Grosso será multado por contaminação do solo

A equipe da Operação Lacre Ambiental esteve durante toda manhã de hoje (25) vistoriando irregularidades em um edifício na Rua Orleans, no Mar Grosso, entre elas, o uso ilegal de água de ponteira (poço artesiano) e inexistência de ligação do sistema de esgoto ao emissário submarino.

 

A Vigilancia Sanitária notificou os condôminos para executar a desativação da ponteira e a realização da limpeza e impermeabilização do sistema de esgoto do prédio, composto por fossa, filtro e caixa de gordura, para posterior ligação no emissário submarino. “O problema deste edifício é que nunca foi feita a limpeza desse sistema de tratamento de esgoto (fossa e filtro), o que deve ocorrer periodicamente. Além da irregularidade quanto à falta de impermeabilização das fossas e filtros, que estão somente no tijolo. Isso significa que o solo está contaminado pela infiltração”, explica a engenheira ambiental, Inácia Machado.

 

Um parecer técnico sobre o caso está sendo feito pela engenheira ambiental, que será usado para embasar a aplicação da multa ao prédio, devido ao crime ambiental de contaminação do solo. Ainda esta semana a fiscal ambiental da Flama, Caroline Kons, irá emitir a autuação ao responsável pelo residencial.

 

Lacre ambiental: primeiros resultados

A Operação Lacre Ambiental já apresenta seus primeiros resultados. Cerca de vinte prédios da Praia do Mar Grosso receberam o adesivo “Lacre Ambiental” pelo cumprimento de todas as exigências ambientais e sanitárias para regularização do esgoto cloacal e pluvial de suas residências.

 

Desde que a operação começou, há dois meses, já foram vistoriados mais de 70 prédios e casas no balneário, que vem sofrendo com as ligações clandestinas de esgoto na rede pluvial, destinada somente para água da chuva.

 

Comandada pela Fundação Lagunense do Meio Ambiente (Flama), numa ação conjunta com a Vigilância Sanitária, Fiscalização de Obras, Casan e Secretaria de Obras, a ação tem como objetivo identificar todas as ligações clandestinas de esgoto cloacal na rede pluvial e outros tipos de ligações irregulares na rede de esgoto do Mar Grosso, além da desobstrução e melhoria da rede de drenagem pluvial que esteja obstruída.

 

“Tem uma grande quantidade de prédios e casas que foram notificados se regularizando. Na próxima vistoria da Vigilância Sanitária já teremos mais residências prontas para receber o adesivo Lacre Ambiental”, salienta a presidente da Flama, Deise Cardoso.

 

As vistorias estão numa nova fase nessa última semana, chamada de Operação Pente Fino. “É uma fase da Operação Lacre Ambiental, mais detalhada, onde estamos vistoriando item por item de todos os prédios em conjunto com a Casan e Vigilância Sanitária”, explica a bióloga da Flama, Aline Trichês.

 

Uma única rua teve mais de 40 prédios notificados

Um total de 44 edificações da Rua Rubens de Lima Ulysséa, nas proximidades da Praça do Vila, foram notificadas pelas seguintes irregularidades: esgoto sem ligação na caixa de inspeção, caixa de gordura sem manutenção, ligação irregular da drenagem pluvial na caixa de inspeção (deve ser ligado na sarjeta da rua), lixeira externa ligada na rua (deve ser na caixa de inspeção), chuveiro externo ligado na caixa de inspeção (deve ser ligado na sarjeta/rua), inexistência de ligação do esgoto (não está ligado nem na caixa de inspeção e nem no emissário submarino).

 

“Alguns edifícios e casas apresentavam algumas irregularidades, mas teve prédio com todas irregularidades. Destes, apenas um estava totalmente regularizado”, disse a bióloga Aline Trichês.

 

A notificação é emitida pela Vigilância Sanitária do município, que dá um prazo de quinze dias úteis para regularizar. 

 

“É importante destacar a necessidade de ter alguma pessoa responsável para receber a visita dos técnicos da operação. Pode ser um morador ou o síndico”, explica Aline.

 

A presidente da Flama, Deise Cardoso, alerta os moradores para “procurarem à Casan de Laguna para verificar se a ligação cloacal da sua casa, edifício, comércio está regularizada. No tocante à tubulação pluvial, (água da chuva), as ligações devem desembocar nas sarjetas onde a água será conduzida até as bocas-de-lobo e nunca estarem ligadas na rede de esgoto. É importante que a população saiba que esgoto e águas pluviais não podem estar juntos na CI -Caixa de Inspeção da Casan. A equação é simples: Esgoto, na rede da Casan, e águas pluviais (água da chuva), nas sarjetas.”

 

Texto e fotos: Gisele Elis (MTB 6822)