Distribuidores de doses da esperança

Algumas piadinhas, dúvidas e brincadeiras. Momento de gratidão, lágrimas, sorrisos e até chocolates. Resumo de um dia dos vacinadores da rede pública municipal, responsáveis pela imunização dos lagunenses contra a Covid e outras 18 tipos de vacina, todas disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (Sus), gratuitamente.

 

São esses profissionais de saúde que reforçam, diariamente, a importância da vacina para o bem comum e coletivo diante do momento pandêmico.

 

Até o dia 23 de abril, 11.012 mil doses foram aplicadas na população de Laguna, no combate à proliferação do coronavírus, sendo 7.008 com a primeira dose e 3.904 segunda.

 

Com plantões, trabalho até mais tarde e também nos finais de semana, a luta é para imunizar o mais rápido possível. Anúncio da chegada de mais doses é um alívio, mesmo sabendo que as mãos vão doer de tanto vacinar, não podem tremer e concentração total para preparar até a última gota de um líquido tão precioso.

 

Pelas mãos de oito profissionais passarão mais de 18 mil lagunenses na campanha contra a Covid, essa é a expectiva de acordo com a campanha de vacinação contra a gripe.

 

Eles seguem firme num trabalho diário, sem prazo para encerrar. “O que desejamos é vacinar o maior número de pessoas”, conta a coordenadora do setor de Imunização, da Secretaria de Saúde, Rosimari Rodriguês. “Eu confio na equipe, são guerreiros”.

 

Eles são os vacinadores, sete mulheres e um homem, treinados, responsáveis pelas salas de vacina nos posto de saúde e também ensinar outros profissionais. 

 

Com a imunização contra a covid 19, o trabalho é incensante e gratificante.

 

 

Vacinadores

 

Maria Aparecida, 22 anos de profissão

Karla Renata, 15 anos

Katiuscia da Silva, 6 anos

Janaína Bento Pacheco, 23 anos

Giselli Paes, 9 anos

Aretha Paschoal, 11 anos

Filipe Batista, 7 anos

Tuane da Cássia, 8 anos

 

 

 

Trabalhar com medo

 

 

Os vacinadores estão prontos para todo o tipo de pergunta. A mais comum é: Quando vou poder tirar a máscara ?. “Ainda é cedo. Mesmo vacinado tem que usar “ diz Maria Aparecida Souza, 22 anos de sala de vacina, não sabe quantas vezes respondeu essa pergunta.

 

Cida acredita estar vivendo um momento histórico. “Fazer parte disso, imunizar à população contra este vírus tão nocivo pra humanidade”

 

A preocupação faz parte, pelo risco diário e cuidados com a família que ficou em casa. 

 

 

A força das pessoas surgidas na sua vida a comove para seguir. Lembra da angústia de uma mãe de uma bebê prematura, com peso baixo não poderia ser vacinada e por semanas, a Cida e a matriarca, juntas, na espera do aumento de peso.

 

 

Lágrimas nos olhos, depois de 19 anos, a mãe e filha vieram visitá-la na unidade de saúde onde atua.

 

“Fiquei muito feliz em ver que aquele bebezinho tão pequeninho, havia se transformado numa linda mulher”.

 

Mesma felicidade que presencia nos olhos dos idosos sendo vacinados. 

 

O vacinador Filipe Batista, sete anos atuando na imunização, não vai esquecer das lágrimas dos pacientes com a primeira dose da vacina contra o coronavírus. Assustados com a situação. São nas falas dos vacinadores que encontram palavras de alívio e esperança.

 

Aretha Paschoal Figueiredo, 11 anos de profissão, lembra da ansiedade de todos pela vacina. “Sabíamos sobre o serviço que teríamos e muito, mas imunizar era o que mais queríamos. Esperança de dias melhores”.

 

Todos concordam com as incertezas do futuro devido o vírus, pois ninguém sabe quando isso vai passar.

 

 

Cadê a empatia ?

 

 

Karla Renatta Maurilia de Souza, 15 anos na vacinação, ama o que faz, porém, o que mais a entristece é a falta de empatia. “O rumo que as redes sociais tomaram. Como podem ? Acabam machucando e denegrindo a imagem das pessoas ?”, conta ela que está na linha de frente da pandemia e com medo.

 

“O cidadão que fica nas suas casas, atrás de um computador ou celular, para simplesmente reclamar, falar mal e sem nem ao menos nós conhecer ou saber do nosso trabalho”, diz ela se referindo a fake news, notícias falsas, que são mais perigosas que o próprio vírus do corona.

 

 

Um pouco de história

 

 

Primeira vacinação no Brasil foi instituída em 1804 para a varíola.

 

Em 1973 foi formulado o programa nacional de imunizações. Atualmente, são 18 vacinas obrigatórias e gratuitas. 

 

Vacinas oferecidas no Calendário Nacional de Vacinação brasileiro:

 

BCG, Hepatite B, DTP+Hib+HB (Penta) -Vacina utilizada no combate à difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae B e hepatite B.

Poliomielite 1,2,3 (VIP – inativada)

Pneumocócica 10 valente (Pncc 10)

Rotavírus humano G1P1 (VRH)

Meningocócica C (conjugada)

Febre Amarela (Atenuada)

Poliomielite 1 e 3 (VOP – atenuada) 

Difteria, Tétano, Pertussis (DTP)

Sarampo, Caxumba, Rubéola (SCR)  

Sarampo, Caxumba, Rubéola, Varicela (SCRV) 

Hepatite A (HA)

Varicela 

Diftéria, Tétano (dT) 

Papilomavírus humano (HPV) 

Pneumocócica 23-valente (Pncc 23) 

Influenza 

Dtpa para gestantes 

Meningococica ACWY

 

 

Texto: jornalista Taís Sutero  – MTB 1796