Laguna registra focos do mosquito aedes aegypti em quatro bairros
O cenário de risco e proliferação do mosquito Aedes Aegypti em Laguna mudou. O alerta é do Programa de Combate à Dengue (PCD) do município, após registrar focos do inseto transmissor da dengue, febre Chikungunya e zica vírus em quatro bairros: Cabeçuda, Barranceira, Caputera e Nova Fazenda.
De acordo com a coordenadora do programa em Laguna, Mathie Corrêa, todos os focos foram identificados em armadilhas instaladas fixas pela equipe de monitoramento e em residências nas proximidades delas.
Este ano, Santa Catarina registrou a terceira morte por dengue, contraída no próprio estado. Joinville, atualmente, vive uma epidemia de dengue. No ano de 2020, mais de 30 mil focos em 192 municípios, com mais de 11 mil casos de dengue, a maioria autóctones, ou seja, que foram contraídos no próprio estado.
Ano passado, Laguna não teve registro de nenhum foco do mosquito, mas registrou dois casos importados de dengue (pessoas que viajaram para outros estados e voltaram infectadas).
“É importante enfatizar a responsabilidade de cada cidadão no controle do Aedes aegypti, orientar que pelo menos 1 vez por semana façam uma inspeção geral em seus imóveis, ficando atentos aos potenciais locais de risco para o desenvolvimento do mosquito. Eliminar os criadouros do mosquitos ainda é a melhor estratégia para evitar essas doenças”, destacou Mathie Corrêa.
Como o Programa de Combate à Dengue atua em Laguna?
De acordo com a coordenadora, as atividades do programa não foram interrompidas em função da pandemia. “Mantemos a rotina das ações de vigilância, até porque a situação tanto do número de focos do mosquito quanto de transmissão de dengue no estado está bem séria”.
• O Programa fiscaliza 146 armadilhas instaladas, as quais são inspecionados de 7 em 7 dias; e 31 pontos estratégicos (cemitérios, borracharias, ferros velhos…), locais especialmente vulneráveis à introdução do vetor, inspecionados de 14 em 14 dias.
• Além das ações de vigilância em armadilha e pontos estratégicos que são rotina, conforme a demanda, são realizadas identificações de denúncia e pesquisa vetorial especial quando há suspeita das doenças – dengue, febre de chikungunya e zika vírus.
DIVE/SC alerta para cuidados de prevenção à dengue mesmo com temperaturas mais baixas
Com a chegada do frio no estado, a população não deve se descuidar das medidas de prevenção da dengue, em função da aparente redução da população de mosquitos Aedes aegypti. Por conta disso, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) alerta que os cuidados devem ser mantidos durante todo o ano, como forma de evitar novos casos da doença.
“A população de mosquitos diminui, porém, os ovos do mosquito podem sobreviver até um ano e meio em recipientes secos. E para o ovo eclodir é preciso que ele entre em contato com a água. Se o local em que ele foi depositado não for protegido corretamente, ele ficará ali esperando o momento propício para dar origem a um novo mosquito”, alerta João Augusto Fuck, diretor da DIVE/SC.
Portanto, é necessário manter os cuidados e as medidas de prevenção durante todo o ano. “São ações simples que devem ser colocadas em prática agora, no outono e, também depois, no inverno. É preciso que seja um hábito analisar e inspecionar o quintal, a casa e o ambiente de trabalho. Eliminar locais que possam acumular água, pelo menos, uma vez por semana”, explica Tharine Dal-Cim, bióloga da DIVE/SC.
O Aedes aegypti
O mosquito transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya é o Aedes aegypti. Ele se caracteriza pelo tamanho pequeno, cor marrom médio e por nítida faixa curva branca de cada lado do toráx. Nas patas, apresenta listras brancas.
As fêmeas do mosquito necessitam do sangue humano para a maturação dos ovos. Dessa forma, é nesse momento que pode ocorrer a transmissão das doenças (tanto da transmissão do vírus aos seres humanos, como a infecção do mosquito ao picar uma pessoa doente no período de viremia).
A fêmea deposita até 100 ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água. A fêmea escolhe mais de um local para realizar cada postura, o que garante maior sucesso reprodutivo, ou seja, podem nascer insetos de vários recipientes no mesmo ambiente. Nesses locais os ovos podem durar até um ano e meio. Em contato com a água, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas. Delas, surge o adulto num ciclo de, aproximadamente, 7 dias. “Por isso, é tão importante que cada um observe o seu ambiente ao menos uma vez por semana, para eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti”, reforça o gerente.
O Aedes aegypti tem como criadouros os mais variados recipientes que possam acumular água parada. Os mais comuns são pneus sem uso, latas, garrafas, pratos dos vasos de plantas, caixas d’água descobertas, calhas, piscinas e vasos sanitários sem uso. A fêmea do mosquito pode, também, depositar seus ovos nas paredes internas de bebedouros de animais e em ralos desativados, lajes e em plantas como as bromélias.
Prevenção
• Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
• Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
• Mantenha lixeiras tampadas;
• Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
• Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água.
• Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
• Mantenha ralos fechados e desentupidos;
• Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana;
• Retire a água acumulada em lajes;
• Limpe as calhas, evitando que galhos ou outros objetos não permitam o escoamento adequado da água;
• Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;
• Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito.