Você sabia que Laguna é a última área de mangues do Brasil?
De acordo com o Atlas dos Manguezais do Brasil, Laguna é a última área de mangues do país, que se estende do Amapá (PA) até aqui. Além dos mangues, a cidade possui outra vegetação com funções parecidas, são os marismas. Essa característica traz benefícios para a diversidade e qualidade dos pescados que se desenvolvem nas lagoas e estuários do município.
Os mangues, que tem sua data comemorada hoje, dia 26 de julho, são ecossistemas que reúnem seres vivos (fauna e flora) que vivem e interagem em ambientes com características marinhas e terrestres, da Mata Altântica. São considerados como berçários naturais para diversas espécies de animais.
De acordo com o professor de Ecologia do Departamento de Engenharia de Pesca e Ciências Biológicas da Udesc, Jorge Rodrigues, tanto mangues quanto marismas são vegetações que ficam em áreas costeiras, geralmente associados em estuários e lagoas. “Mangues são mais característicos de áreas tropicais. Marismas de áreas subtropicais e Laguna tem uma transição climática, então a região possui tanto marismas quanto mangues. Isso merece muita atenção e cuidado, além de muitos estudos para entender o funcionamento desses ecossistemas”.
Conheça a série de benefícios dos mangues e marismas de Laguna:
Fonte de alimentação
Ambos, marismas e mangues, apesar de características diferentes, tem funções parecidas, porque ambos ficam em planícies costeiras, e são frequentemente alagados alagados ao longo do dia. Posteriormente a água retrocede e isso faz com que esse solo e sedimento de áreas alagadas fica muito rico em matéria orgânica, como importante área de alimentação ao logo de diferentes fases da vida de várias espécies de peixes e crustáceos, além de outras espécies.
Abrigos para diversas espécies
Os mangues e marismas suportam alta biodiversidade, por serem áreas que servem de abrigos para várias espécies. Muitas espécies marinhas se reproduzem no mar, mas seus ovos e larvas ao entrarem nos estuários e lagoas, através das correntes e massas de água, se assentam nos mangues e marismas para crescer.
“São importantes para fornecer abrigo para várias espécies em fases jovens”, salienta o professor da Udesc.
Berçários naturais
São berçários da vida marinha. Muitas espécies importantes como tainha, curvina, camarão rosa, dependem dos mangues e marismas como áreas de abrigo e de alimentação nas suas fases iniciais de vida.
Eles são fundamentais para:
– manutenção da biodiversidade
– manutenção da atividade pesqueira
– desenvolver o ciclo de vida de várias espécies, como tainha, por exemplo
– se não tivessem marismas nas lagoas não teria essa alta diversidade pesqueira na região
– fornecem estrutura física como proteção de costa, evitando perda de solo e erosão (protegem contra ventos, enchentes, qualidade da água)