Laguna, 3⁰ cidade mais antiga do estado, completa 345 anos de história
Não tem como ser mediano ao descrever Laguna. A terceira cidade mais antiga de Santa Catarina, pode ser considerada única e privilegiada. As surpresas e singularidades da Terra de Anita Garibaldi, vão desde botos pescadores, passando por patrimônio histórico cultural tombado, 20 praias até a presença de Baleias Franca no inverno.
Amanhã, dia 29 de julho, o município completa 345 anos de muita história. Há alguns anos atrás, entrevistamos Antônio Carlos Marega, grande pesquisador e historiador lagunense, que revelou mais detalhes da colonização da cidade.
Segundo Marega, Laguna foi colonizada em duas etapas: a primeira, no século XVIII, meados de 1740, desbravou a região costeira da Lagoa Santo Antônio dos Anjos, região que vai do Bananal até a Madre, passando por Ribeirão Pequeno. Esses primeiros colonizadores, conhecidos como portugueses dos açores, procuraram habitar o local em busca da pesca e do solo produtivo.
Já na segunda etapa da colonização, na primeira metade do século XIX, com o crescimento do porto, os chamados Portugueses do Continente, trouxeram o desenvolvimento econômico para a cidade. “Foram eles que injetaram dinheiro no local, formando a cadeia genealógica (famílias tradicionais) e a cultura lagunense”, acrescenta o historiador.
Atualmente, possui 46 mil habitantes e é destino de muitos turistas e segundo lar de tantos outros veranistas. Contornada por lagoas e cerca de 45 quilômetros de praias, possui o título de Capital Nacional dos Botos Pescadores, por concentrar aqui uma população residente de aproximadamente 50 Botos, que vivem na Lagoa Santo Antônio dos Anjos e realizam o espetáculo natural da Pesca Com Auxílio dos Botos. Parada turística obrigatória para qualquer pessoa que vem à cidade.
Ainda, como se não bastasse é a cidade natal da Heroína de Dois Mundos, Anita Garibaldi, além de ostentar um conjunto com mais de 600 prédios e casarios históricos, tombados. Rica em diversidade e cultura, tem inúmeros pontos turísticos com cenários arrasadores, como o Farol de Santa Marta. Outra parada obrigatória.
De acordo com o Secretário de Turismo, José de Mello Júnior, Laguna encanta a todos pelas suas “belezas naturais únicas no mundo, festas tradicionais e culturais, além do patrimônio histórico. É uma cidade mágica e reúne as mais diversas categorias de turismo”, destacou.
O pôr do sol na Lagoa Santo Antônio dos Anjos, agora, tem a companhia de um grande letreiro que formam o nome da cidade. Do alto do Morro da Glória, a vista é ainda mais contemplativa.
Os frutos do mar, entre eles o famoso “Camarão Laguna”, de sabor único, a tainha e o siri, atraem muitos visitantes em busca dos sabores típicos e tradicionais. Acompanhamentos mais que especiais para essas belezas naturais.
São mais de quatro mil pescadores artesanais que sobrevivem da rica diversidade pesqueira do município, nas suas extensas e variadas lagoas.
Durante o inverno, de julho a outubro, ainda é possível avistar as gigantes Baleias Franca, acompanhadas de seus filhotes. Laguna, integra o trio de cidades, junto com Imbituba e Garopaba, que juntos formam a Rota da Baleia Franca. Berçário natural desses cetáceos, que buscam águas mais calmas e quentes para procriar, parir e amamentar seus filhotes. Uma ótima opção para o turismo de inverno.
Laguna ainda reserva muito mais. Não cabe num só texto, tantos atributos. Afinal, como disse lá no início: não tem como ser mediano ao descrever Laguna.
História
Fundada em 29 de julho de 1676, o nome da cidade teve sua origem na lagoa ligada ao mar, denominada na geografia de laguna, assim surgiu o nome da cidade.
A vila foi elevada à condição de cidade, com denominação de Laguna, por Lei Provincial n.º 239, de 15-04-1847.
Seus primeiros habitantes foram os povos dos sambaquis, homens pré-históricos, que viviam da pesca em regiões de lagoas e mar. Depois vieram os indíos, os portugueses, negros, italianos, alemães e outros. Cada etnia deixou sua marca encontrada na arquitetura, gastronomia e histórias.
O porto de Laguna abastecia as cidades da região, canal de acesso do norte do país ao sul.
Em 1839, foi palco da Revolução Juliana que transformou a história de Laguna, onde a lagunense Anita de Jesus Ribeiro conheceu Giuseppe Garibaldi e levou o nome da cidade e sua história para todo o mundo.
Texto: Gisele Elis (MTB 6822)
Fotos: Elvis Palma