Reunião discute reabertura do Rio Dragado e intervenções no Complexo Lagunar
A Secretaria de Pesca e Agricultura realizou nesta quarta-feira, dia 20, uma reunião para discutir intervenções no complexo lagunar e a reabertura do Rio Dragado. Entre as deliberações, ficou estabelecido pelo Governo Municipal, a criação do Decreto de Declaração de Utilidade Púbica e formação de um comitê multidisciplinar para coordenar os trabalhos.
Este comitê será responsável por elaborar um Relatório Técnico, aderindo às normativas da Portaria FLAMA n. 10/2023 e da Instrução Normativa N. 004/2023. O foco será em intervenções como desassoreamento e limpeza do leito do rio, essenciais para o restabelecimento do equilíbrio ecológico da área.
O Rio Dragado é um elemento crucial do ecossistema do Complexo Lagunar Santa Marta/Camacho, mas tem enfrentado problemas de assoreamento e falta de oxigenação. Esta situação tem impactado negativamente tanto a fauna aquática quanto a pesca artesanal, essencial para a subsistência das famílias locais.
” Abre-se um novo capítulo na história ambiental do Complexo Lagunar Santa Marta/Camacho. Esta ação reflete o compromisso das entidades envolvidas com a preservação ambiental e o apoio às comunidades locais. A reabertura do Rio Dragado representa não apenas uma melhoria imediata para o meio ambiente local, mas também uma promessa de sustentabilidade e prosperidade para as futuras gerações da região.” afirma o Presidente da Flama, Dener Vieira.
Estavam presentes o Secretário de Pesca do Estado, Tiago Frigo, representante da Casa Cívil, Claudio Rocha, Fundação Lagunense do Meio Ambiente, Instituto do Meio Ambiente, Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão, Coordenadoria Regional da Defesa Civil, Apa da Baleia Franca, Universidade do Estado de Santa Catarina, associações de pescadores, engenheiros, geólogos, biólogos e vereadores.
Entenda:
Na década de 60, ocorreu a abertura do canal artificial entre a lagoa de Santa Marta e a Lagoa do Camacho, dando origem ao popularmente ao conhecido “rio dragado”. O objetivo desta intervenção era garantir a circulação de água entre as lagoas. Porém, como resultado, a Lagoa do Camacho começou a sofrer com a poluição, devido à plantação de arroz na região e ao uso de agrotóxicos. Sendo assim, os pescadores, com o apoio da CIDASC, realizaram o fechamento do rio dragado entre os anos de 1995 e 1997.
Essa medida tinha como objetivo minimizar os impactos negativos causados pelos agrotóxicos, que afetavam o ecossistema aquático e, consequentemente, a atividade pesqueira dos pescadores. Com o fechamento do rio, esperava-se preservar a qualidade da água, proteger as espécies aquáticas e garantir a sustentabilidade das fontes de renda dos pescadores.
Com tudo, após essa intervenção, durante as ultimas décadas, bem como as dinâmicas das água da bacia do rio tubarão e carreamento de sedimentos que as mesmas provocam, diferentes impactos foram gerados, principalmente na Lagoa de Santa Marta, que após o fechamento do “rio Dragado” não possui uma saída adequada para o escoamento das águas, agravando ainda mais o estado de assoreamento.