Selo postal homenageando o Farol de Santa Marta é lançado em Laguna

No ano em que celebra seus 132 anos, o Farol de Santa Marta recebeu um presente especial nesta quarta-feira, 28.

Em homenagem aos faróis brasileiros, os Correios realizaram uma cerimônia de lançamento da emissão filatélica postal especial, visando eternizar o registro de faróis como patrimônio em todo o país.

“Nos seus 360 anos de prestações de serviços postais, os Correios seguem conectando o Brasil de norte a sul. É um privilégio participar dessa homenagem por meio da filatelia brasileira”, destaca a superintendente estadual dos Correios em Santa Catarina, Elisiane Laurindo.

O fato não é novidade. Em 1976, o Farol de Santa Marta também estampou um selo comemorativo em homenagem ao tricentenário de Laguna.

“Me sinto muito feliz e honrado em fazer a obliteração do selo pela segunda vez. Esse ato proporciona a valorização a nível nacional desse nosso patrimônio. Parabéns aos Correios pela sensibilidade”, disse em sua fala o prefeito de Laguna, Samir Ahmad.

O ato ocorreu na sede da Delegacia da Capitania dos Portos, no Centro Histórico e contou com a presença de autoridades locais e regionais, além de convidados e imprensa.

Para o delegado da Capitania dos Portos em Laguna, capitão de corveta Enéas Costa Cruz, “o Farol de Santa Marta é um patrimônio nacional sendo marcado em nossa história. Desde sua inauguração, em 11 de junho de 1891, vem funcionando de forma ininterrupta garantindo a vida de muitos pescadores e navegantes”.

Composta por oito selos, a emissão possui dois faróis da região Norte, dois do Nordeste, dois do Sul e dois do Sudeste. Os lançamentos ocorreram em Macapá (AP), Oiapoque (AP), Caravelas (BA), Touros (RN), Santa Vitória do Palmar (RS), Laguna (SC), Guarujá (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

Com tiragem de 128 mil selos e valor de R$ 3,00 cada, a emissão já está a venda na agência de Laguna ou do país e também na internet.

Faróis – Sempre buscando horizontes cada vez mais distantes, o homem começou a construir sinais de referência que o permitissem ir mais longe, mas voltar com segurança. Embarcações maiores e mais seguras o levaram cada vez mais distante, sempre com o auxílio de sinais em terra que ainda seriam chamados faróis. Apesar de já existir há muito tempo, a palavra “farol”, como significado de auxílio à navegação, somente surgiu após a construção de um grande sinal náutico em Alexandria, na Ilha de Pharos, no Egito, em 280 A.C. Foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Desde então, sinais náuticos construídos em forma de torre e próximos ao mar passaram a ser designados “Farol”.

Leia também: Farol de Santa Marta celebra 132 anos

Na costa brasileira, poucos são os registros históricos conhecidos que comprovem a existência de faróis no período colonial, à exceção do Farol de Santo Antônio da Barra, em Salvador (BA), construído em 1698, após o naufrágio do galeão português Sacramento, com a perda de mais de 500 vidas.

A abertura dos portos em 1808 com a transferência da Família Real Portuguesa para o Brasil, certamente motivou a construção dessa fundamental demanda da Segurança da Navegação, sendo o primeiro deles o Farol Barra, no Rio Grande do Sul, inaugurado em 1820, e o Farol da Ilha Rasa, o primeiro inaugurado após Proclamação da Independência.

Mais do que um auxílio à navegação, os faróis também podem representar parte da memória de uma nação, da cultura de um país, das tradições de um povo, e da evolução arquitetônica de uma época, razões que justificam a sua preservação como patrimônio histórico e cultural a ser legado às gerações futuras.

Sobre a Emissão – Utilizando-se da técnica de pintura digital, o artista Gustavo Ramos destaca oito faróis brasileiros:

Santa Marta: próximo a esta região há uma estrutura geológica chamada “Pedra do Campo Bom” ou “Laje de Jaguaruna”.

Bailique – localizado às margens do Amazonas, orienta embarcações vindas de fora da região e canoas de populações ribeirinhas;

Cabo Orange – na mesma região, também orienta embarcações ribeirinhas, porém fica localizado em região inóspita, nas proximidades do Rio Oiapoque;

Ilha Rasa – primeiro farol construído após a Independência;

Moela – farol mais antigo de São Paulo, localizado na ilha de Itamirindiba;

Abrolhos: além do farol, nesta composição foram destacadas as baleias Jubarte, que fogem do frio da Antártica para se acasalar e ter seus filhotes nas águas baianas;

Calcanhar – na representação, dois banhistas observando o farol localizado na praia do Calcanhar;

Chuí: foram destacados dois flamingos chilenos, que fazem parte da reserva ecológica do Taim, localizada na mesma região.